Abri a edição do livro Drácula, de Bram Stoker e, dessa vez, antes de continuar a leitura, olhei por alguns instantes para aquele clássico. Sentia um peso maior do que o físico. Em minhas mãos se encontrava um pedaço da mente de alguém que não mais vivia entre nós, mas conseguiu se eternizar naquelas quase quatrocentas páginas. Sua mente continuará a viver dentro de outras mentes. Ele, nesse momento, enquanto leio, está fazendo essa espécie de upload para a minha mente, onde viverá de forma simbiótica até o fim da minha vida.
No entanto, Bram Stoker continuará vivendo depois de mim. Muitos que leem sua obra, o recomendam para outros que também o lerão e passarão a carregar o autor dentro de suas mentes. Eu fiz isso. Esse livro é o penúltimo que estamos lendo na quinta temporada da Sociedade Literária do Escriba Cafe, onde, como curador, eu fui o vetor da transmissão para os membros.
O autor depende de sua obra para continuar vivendo. Não ler um livro clássico, é matar alguém que morreu.
Há crimes piores do que queimar livros. Um deles é não lê-los
- Joseph Brodsky
No entanto, como eu havia dito, essa é uma relação simbiótica: o autor vive em você e você vive por causa do autor. Ao não ler, você está anulando a alma dele e esmaecendo sua própria mente.
A palavra escrita mudou todo o caminho da humanidade. Até mesmo a história e a pré-história são divididas pela invenção da escrita. A escrita e a leitura desenvolveram nossas mentes e fizeram evoluir nossas ciências e, certamente, continuaram influenciando a humanidade em maior ou menor intensidade, dependendo da quantidade de leitores, até que reste um último.
Esse texto é também um convite para que você participe da Sociedade Literária do Escriba Cafe. Se você ainda não o fez, assine nosso newsletter abaixo (de forma gratuita ou premium), pois, será por email que você receberá o convite quando novas vagas abrirem em breve.
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