Na noite que ela partiu nenhuma estrela ousou aparecer no céu.
Dentro da casa, a luz do lampião sobre a mesa fazia a sombra dos porta-retratos quebrados projetarem uma cidade em ruínas nas paredes de madeira desbotada. Algumas fotos antigas ainda estavam em seus lugares, atrás dos vidros trincados, mostrando o sorridente casal em viagens, no carro e na varanda daquela casa.
A sombra de uma grande torre da cidade na parede era projetada por uma garrafa vazia de whiskey. Havia várias outras dessas garrafas pela casa: algumas empoeiradas, outras ainda límpidas e uma que acabava de cair lá na varanda e rolava em direção a porta aberta da casa, onde via-se mais sombras projetadas por outro lampião lá fora: alguém prestes a tocar as primeiras notas em um clarinete, como um músico afastado da cidade.
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