Os ovos da velha casa de beira de estrada
Uma narrativa em fluxo de acontecimento sobre um importante experimento científico numa estrada mineira
I.
Já passavam das 20h quando decidi que era hora de parar para comer algo, pois a minha última refeição tinha sido o almoço e, depois disso, o trabalho não me deu tempo - e se tivesse me dado, provavelmente eu teria esquecido - de comer alguma coisa nesse meio tempo. Agora, dirigindo já por uns quarenta minutos e um pequeno ronco no estômago, tive tempo e motivação para lembrar da fome.
II.
A estrada estava excepcionalmente vazia. Vez ou outra, algum vizinho solitário passava por mim - ou era passado, depende de quem tinha mais pressa ou ansiedade. Mas muitas vezes o que acontece é que os outros aceleram ao perceber que você os quer ultrapassar. É como um insulto ou um chamado para a competição, parece ser uma humilhação ser ultrapassado. Mas não nessa noite. Ultrapassagens eram tratadas como algo normal, onde pessoas em paz só estavam tentando manter suas velocidades constantes.
III.
Havia algum tempo que eu não via nenhum outro carro na escura estrada quando vi que um posto de gasolina mais a frente - que tinha um restaurante - onde parei o carro e notei que não havia ninguém nas bombas, mas que, pela luz acesa e porta aberta, o restaurante funcionava, mesmo que aquele lugar velho, construído como uma pequena vila de casas suíças, estava silencioso.
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